Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Faz parte da nossa cultura há tanto tempo e com tanta intensidade, é tão inquestionável a sua aparente genialidade, que duvidamos que Arthur Conan Doyle (1859-1930), o criador de Sherlock Holmes, tenha morrido há apenas 90 anos, assinalado hoje. Em quatro romances (Um Estudo em Escarlate, O Signo dos Quatro, O Cão dos Barkerville e O Vale do Terror) e cinco ou seis recolhas dos 56 contos, Conan Doyle construiu uma personagem mais poderosa do que toda a sua vasta obra – distribuída por história militar, ficção (contos e romances, incluindo as do seu herói de ficção científica, Prof. Challenger), espiritismo, ensaio vagamente teológico ou filosófico, teatro e até poesia. O exibicionista e tímido Sherlock Holmes é a nossa inquietação, o nosso cérebro ideal, a nossa máquina de dúvidas, a nossa estranheza, o recanto de superioridade; poucas figuras na cultura ocidental se tornaram tão populares em tão pouco tempo – sem ser no cinema ou na banda desenhada. Doyle seria impossível sem a Inglaterra desse tempo, mas 90 anos depois a Inglaterra não seria a mesma sem a memória de Doyle.
Da coluna diária do CM.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.