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Daqui a alguns anos (porque este ano durará tempo demais, e prolongar-se-á até ao insuportável) será possível fazer a história das manobras de bastidores da política portuguesa que acompanharam a evolução da pandemia: manipulação e distorção de dados, negociações complexas com razões ocultas (desde o aeroporto do Montijo à autorização para a festa do Avante, tão curioso), trocas de favores e de silêncios – a lista aumentará durante muito tempo, para provar que mesmo no meio da crise (sobretudo nos seus momentos mais agudos e dramáticos) a política nunca foi de férias ou ficou prisioneira do confinamento. O género humano é assim, duvidoso, matéria de romance negro, aqui ou em outras paragens – mostrando que foi quase sempre assim e que, com toda a probabilidade, não é possível ser de outra maneira. Revendo a prestação televisiva do primeiro-ministro no programa de Ricardo Araújo Pereira e tendo em conta o que sabemos das tempestades das últimas semanas, por detrás das eventuais gargalhadas de António Costa estava um curso inteiro de “ciência política”, digamos assim.
Da coluna diária do CM.
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