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Infelizmente, há coisas que o fecho de fronteiras não impede de entrar portas dentro, mesmo que os sinais venham do outro lado do planeta. Veja-se o caso da cadeia de rádio australiana ABC, que lançou um debate sobre se o facto de as peças brancas se moverem primeiro no tabuleiro de xadrez é uma regra racista. “Saem as brancas” – regra que se segue no xadrez (e nas damas, mas com a atenuante de as peças se moverem nos quadrados pretos) – é, portanto, uma frase que pode esconder uma determinação racista básica ou genética. Esta regra, que tem séculos, pode ser um estigma. Os buracos negros que andam no vazio do universo, já em cima, assemelham-se também às peças escuras que se movem no tabuleiro de xadrez e que, portanto, podem indiciar racismo por parte dos cientistas. Não sei o que pensam xadrezistas negros como Amon Simutowe ou Maurice Ashley que podem ser considerados colaboracionistas com o racismo por se terem dedicado a plácidos e solenes jogos de xadrez, abrindo com as brancas, fazendo xeque-mate com as brancas ou, pior, defendendo a rainha branca, a mais forte do tabuleiro.
Da coluna diária do CM.
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