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Ir à guerra na literatura, há que tempos.

por FJV, em 23.06.20

O livro O Que eu Ouvi na Barrica das Maçãs, de Mário de Carvalho (Porto Editora), foi este ano distinguido com o Grande Prémio de Crónica, da Associação Portuguesa de Escritores (APE). O escritor Rui Zink, de metralhadora na mão, escreveu no Facebook um texto enfurecido e zangado, no qual insulta a APE com uns parágrafos divertidos – à primeira vista porque o seu Manual do Bom Fascista (Ideias de Ler) não arrebatou o prémio, para o qual, suponho, nem estava nomeado, o que torna o assunto ainda mais saboroso. Rui Zink não se importou e, no dia seguinte, desmentiu que tivesse publicado o seu texto (uma bela blague) e pede desculpa por “não lhe terem ocorrido insultos melhores” em relação à APE. Picante e divertido. As boas almas lusitanas ficaram impressionadas e chocadas com Zink? Pois eu acho que há muito tempo se não via uma reação tão saudável no chamado “mundo literário”, injusta, com ira, sentido de humor, ataque direto, despudor, recusando-se a ser sonso. Literatura “de bom perder”, queriam? Zink, que até gosta de Mário de Carvalho, mostrou como se vai à guerra. 

Da coluna diária do CM.

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