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A Língua Portuguesa em tempos de Covid.

por FJV, em 22.06.20

Ao contrário do que se pensa, uma língua é “mais forte” quando faz gala em conservar regras e formas próprias e não quando se põe a adaptar inglesismos em total desordem e arbitrariedade. Não sei bem o que fizeram à Língua Portuguesa com o Covid (segundo o primeiro-ministro) ou a Covid (segundo o Presidente da República), mas há coisas irritantes. Já não menciono a “cerca sanitária”, usada quando existia “cerco sanitário” ou mesmo “cordão sanitário”, ou o abuso da expressão “letalidade” (ou mesmo “letalidades”, como já ouvi) mas a utilização de “distanciamento social” daria que falar — para evitar a tradução direta do inglês, a Câmara de Matosinhos (é o exemplo que conheço) usou, e bem, “distância de segurança”, muito mais apropriado. No painel luminoso da bela ponte móvel de Leça da Palmeira sobre o porto de Leixões, por exemplo, usa-se a expressão mais adequada e compreensível em português: “Mantenha a distância física.” Porque é disso que se trata e não de “distância social” (entre ricos e pobres, para abreviar) ou “distância moral” (entre bons e maus). Pormenores.

Da coluna diária do CM.

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