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Os leitores desta coluna sabem que não me escandalizam as histerias dos tolinhos que, nos tempos que correm, querem corrigir a história humana a golpes de camartelo ou a decretos de censura. Derrubar estátuas (na semana passada, foi em Liverpool a de William Gladstone, um primeiro-ministro liberal anti-esclavagista mas cujo pai teve uma plantação na Jamaica, depois de, em Washington, ter sido vandalizada – com acusações de racismo – a de Lincoln, presidente abolicionista), proibir livros ou mudar a toponímia, é a regra hoje em dia. Uma geração de moralistas que se colocam acima de qualquer suspeita quer varrer a memória por decreto e por vingança; é a geração do ressentimento. Não lhes auguro nada de bom. Ontem, falei-vos dos ataques a Camões e ao Padre Vieira – foi o dia em que a HBO retirou do seu catálogo o filme E Tudo o Vento Levou, por apresentar uma visão idílica dos estados americanos do sul. Equeceram Hattie McDaniel que, com a sua interpretação nesse filme, foi a primeira mulher negra americana a obter um Oscar. Vai ser o tempo dos tolinhos e isso não me espanta.
Da coluna diária do CM.
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