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Não se compreenderia que a época vitoriana não tivesse produzido um romancista como Charles Dickens (1812-1870). Ler Os Cadernos de Pickwick (1837), um misto de documentário, jornalismo, ficção política, é uma aventura prodigiosa: ficamos diante de um retrato como a Inglaterra quase nunca teve, se nos abstivermos de muitos escritos de Orwell. Mas é como romancista e de grande estilista que Dickens entra na galeria dos eternos, sobretudo com quatro obras cujo peso ainda hoje nos deve comover: David Copperfield (1850), autobiográfico, Tempos Difíceis (1854), Um Conto de Duas Cidades (1859) e Grandes Esperanças (1861), para não mencionar outros títulos tão populares como ‘Oliver Twist’ (1837) ou a vasta quantidade de contos (incluindo o Conto de Natal, de 1843). A biografia de Dickens entra em todos os livros, mas sobretudo o seu propósito de curiosidade e o sentido de justiça, que teve influência direta na forma como a Inglaterra olhou para si mesma e para “as classes desfavorecidas”. Passam hoje 150 anos sobre a morte de Dickens – como se nunca tivesse parado de escrever.
Da coluna diária do CM.
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