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Outro dia, na TV, assisti a um espetáculo tenebroso: surfistas de ar blasé peroravam sobre leis, a bondade do governo e a necessidade de obedecer à DGS. Tremi. Os novos moralistas do nosso tempo – hipocondríacos, novos-ricos palavrosos, economistas com gosto pela punição, universitários que desprezam a ralé, entre outros – advertem-nos com severidade: temos de mudar. Nós; não eles; nada os distingue de um imã barbudo ou um padre com chiliques a tratarem o tema que levou Voltaire a escrever sobre o terramoto de 1755: as catástrofes são uma forma de Deus nos castigar pelo nosso mau comportamento. No CM, J. Rentes de Carvalho disse o essencial sobre o medo inoculado por toda a parte: as decisões sobre a nossa liberdade estão nas mãos dos propagandistas dos governos (veja-se, por castigo, a inútil dose diária de propaganda da DGS), de aprendizes de ditadores e de gente que acha que o mundo está mal feito e é preciso castigar o nosso lado humano. Até o nosso PR, tradicionalmente liberal, se transformou num ardiloso articulador dessa perda do humano, recomendando obedecer ao medo.
Da coluna diária do CM.
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