Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Duas coisas que toda a gente sabe que não existem na política: justiça ou gratidão. Existem líderes, liderança, influência e interesses, manobradores, vaidade, fortuna diante das armadilhas, oportunidade diante das catástrofes. O resto (como a esperteza mais velhaca e a aldrabice transformadas em virtude) são minudências e duram pouco. Veja-se Mário Centeno: tocado pelo pecado da vaidade (deixou popularizar a história falsa e ridícula do “CR7 das Finanças” e, quando cercado, foi sempre buscar desculpas ao passado), ontem ninguém o poupou enquanto se assistia à sua vergonhosa execução em público – pelo contrário, os que o esfaquearam foram transformados em heróis. O problema é que só se empunha o punhal uma vez. Injusto? Talvez, sobretudo para quem “já fez o serviço”. Ingratidão? De certeza. Mas é uma lei cruel que seria aplicada mais tarde ou mais cedo, sem piedade e com a frieza dos políticos de carreira. É claro que todos sabemos quem mentiu nesta pequena história – mas isso não interessa quando se diz o nome dos vencedores. Quanto à gratidão, nem vale a pena explicar.
Da coluna diária do CM.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.