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São contas pequenas mas, para sermos honestos, há explicações para o reinício do futebol em Portugal. O negócio, em si, está abaixo do 1% do PIB (na Europa circula pelos 2,5%) mas, mesmo assim, o papel da bola é decisivo para que se deixe de falar em Covid19, na economia e nas manigâncias numerológicas – só isso explica que, para auxiliar uma indústria tão poderosa e tão de pés de barro, para não mencionar as suspeitas de práticas criminais, o governo tenha decidido que um desporto de multidões se passe a praticar em silêncio a fim de desbloquear receitas de transmissões televisivas. Com as transmissões, regressam a publicidade e a animação televisiva; também se compreende e é meritório. Portanto, trata-se de puro negócio e pura psicologia de massas, e ninguém é ingénuo ao ponto de pensar que a política esteve alguma vez confinada durante estes dois meses. A manipulação dos números de infetados e vítimas mortais, por exemplo, mesmo se feita com elegância, é uma regra nestas circunstâncias. Não se escandalizem. Curiosamente, os números costumam obedecer-lhes, às circunstâncias. Depende.
Da coluna diária do CM.
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