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A maneira singular como o presidente da Assembleia da República dirige os trabalhos do parlamento alterou, digamos, a fisionomia do cargo. Frequentemente, aparece nos ecrãs das televisões a dar puxões de orelhas acerca de democracia, etiqueta e história – em que o tom e a própria gramática deixam muito a desejar. Vamos e venhamos, não temos de simpatizar com o presidente do Parlamento, mas trata-se da segunda figura do Estado e temos de ajudá-lo a interpretar com honorabilidade o seu papel. Não lhe pedimos que tenha humor e verve (como Almeida Santos e Mota Amaral), brilho inteletual e sentido de Estado (como Jaime Gama) ou simpatia natural, mas podemos pedir que tenha sobre o 25 de Abril uma visão empática e nacional; 46 anos depois, não é apenas uma data fundadora do regime democrático (o que seria já suficiente) mas constitui, também, uma referência central na nossa História. Permitir que se inventem perigosos fascistas que não querem festejar o 25 de Abril é um erro básico, transformando a data numa imposição folclórica em tempo de coronavírus. Não merecíamos.
Da coluna diária do CM.
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