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Morreu Rubem Fonseca, morreu Luis Sepúlveda – e morreu Luiz Alfredo Garcia-Roza (1936-2020) autor dos belíssimos romances policiais onde é personagem principal o detetive Espinosa. O Silêncio da Chuva, Achados e Perdidos e Uma Janela em Copacabana foram publicados em Portugal, mas o seu destino não foi feliz, infelizmente; ficaram por publicar muitos outros, como Vento Sudoeste, Fantasma, Um Lugar Perigoso, Espinosa em Saída ou o belo título Céu de Origamis. O seu universo são sobretudo as ruas de Copacabana (onde fica a esquadra de Espinosa) e o Bairro do Peixoto (a casa do detetive), mas as personagens podiam ser de qualquer lado – solitárias, como Espinosa, tristes, melancólicas, preparadas para um desenho em miniatura. Espinosa é um polícia-leitor, um gastrónomo de má comida, um sentimental de quem aprendemos a gostar, mas rigoroso e observador. Conheci Luiz Alfredo em 2001: o seu escritório era fantástico, com uma das paredes toda em vidro, voltada para o mar – e a outra totalmente coberta pelo mapa de Copacabana; era esse o seu mundo, como vem nos seus livros.
Da coluna diária do CM.
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