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Jesus, que era judeu, festejava a Páscoa, ‘Pessach’, ‘a passagem’, que se celebrava cerca de mil anos antes de ter nascido. O simbolismo da palavra está hoje ligado a outras ‘passagens’, como a da travessia do deserto em busca da libertação (preferível à original – a passagem do anjo da morte no Egito), de redenção, terra e dignidade. Explicar isto, e também o sentido da Páscoa cristã (a ressurreição e o triunfo sobre a morte), é hoje em dia um trabalho inglório e destinado ao fracasso. Seja como for, tanto na Páscoa judaica como na Páscoa cristã celebramos a libertação e o recomeço da vida. Num caso, atravessando o deserto e fugindo à escravidão, no outro atravessando a barreira da morte e construindo a alegoria da ressurreição. O mistério destas tradições permanece (vive-se em clandestinidade) e lembra-nos que somos peregrinos. Estamos de passagem. Estamos numa Páscoa que abre as portas a quem procura abrigo em busca de algum silêncio. Este ano tudo é diferente com as limitações do ‘confinamento’, que nos põe à prova; mas alguma coisa deve restar no fundo do nosso coração.
Da coluna diária do CM.
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