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Fico ligeiramente irritado quando as pessoas da “classe média” se queixam dos muitos dramas psicológicos e ocupacionais relacionados com “a quarentena”, e certamente que eles existem. Recomendo sempre que façam o que têm a fazer: esperar, cada pessoa à sua maneira; ajudar e ser paciente. Nestas ocasiões falta sempre o sentido das proporções. Porque a sorte dos mais desprotegidos, dos que estão sós, dos que têm de trabalhar em condições difíceis, dos que têm de assegurar serviços primários ou básicos, ou dos que não podem trabalhar e com isso põem em risco a sua vida como a conheciam – é muito pior; e supõe dramas piores. Também é interessante dar lições sobre o fim do capitalismo ou sobre as oportunidades que agora surgirão, mas através do Skype e sem estar sujeito a ameaças reais ao emprego ou ao salário. Atravessamos tempos difíceis e eles não terminarão mal reabram as aulas e possamos todos ir passear aos areais: para muitos, o empobrecimento da sociedade civil (as empresas, as relações de trabalho, a vida independente) é uma bênção; por isso, esta quarentena tem de ser vigiada.
Da coluna diária do CM.
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