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Todos os dias, entre as sete e as nove da noite, a maior parte de nós (os que não vivem em Marte) senta-se diante da televisão para um desfile de números, estatísticas, curvas, “planaltos” e previsões. É natural que queiramos saber, tais são as decisões, alvitres e avisos desencontrados (sobretudo quando as autoridades se desdobram em declarações intermináveis). Cuidar dos vivos, é essa a regra nestas circunstâncias; e imaginar o que vamos fazer depois de amanhã. A situação dos lares de idosos é esse “depois de amanhã” das nossas vidas. O caso de Vila Nova de Foz Côa é exemplar, porque fala da solidão mais brutal, que é a do abandono durante a doença e a tragédia, onde se faz apenas um teste em cada três prescrições; e onde, até há pouco (não sei se a situação mudou), esses testes eram feitos a 60 quilómetros de distância. Tal como no caso dos incêndios de Pedrógão, quando a imprensa “descobriu” a tragédia do interior do país, a pandemia vai revelando um país que nunca deixou de caminhar a duas ou três velocidades, entre a ‘websummit’ e o abandono mais letal.
Da coluna diária do CM.
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