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O brincalhão?

por FJV, em 24.03.20

Mentir ou não mentir? Desdizer uns dias depois, ou limitar-se a não dizer? Em situações de emergência, a política segue para intervalo – mas, sabendo bem que o Presidente da República não brinca com as palavras, antes as mede com cautela, fiquei intrigado com a sua aparição avisando que “ninguém ia mentir”. Sobre que assunto não se iria mentir, de novo, aos portugueses? Acho ligeiramente estranha a preocupação do Presidente acerca de “ninguém mentir”, sobretudo quando os números fornecidos pelas autoridades não batem certo, nem parte dos seus conselhos, nem algumas das suas previsões. Pode ser uma frase mal interpretada. Repare-se: não digo que as autoridades e o governo não tenham feito tudo o que podem para lidar com a situação, que é grave. Mas a ideia de que, em situações desta natureza, passe pela cabeça de alguém “mentir aos portugueses” é assunto que me tem acompanhado nos últimos dias, relembrando-me a tragédia de Pedrógão ou a comédia de Tancos – e isso é completamente desnecessário. Apesar de ser conhecido como brincalhão, o Presidente não iria brincar com isso, pois não?

Da coluna diária do CM.

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