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A cidade dos humanos.

por FJV, em 18.03.20

Adolescentes imbecis ou adultos sem piedade e sentido das proporções – ambas as classes estão muito bem representadas no “espaço público” ou nas chamadas “redes sociais”. Por exemplo: menosprezando os mais idosos e desvalorizando a sua condição diante da epidemia. Como os grupos de risco incluem sobretudo pessoas mais de 70 anos, tenho lido várias referências ao facto de o vírus os atingir com mais violência – e de serem “material mais dispensável”- Boa parte deles arrisca demais: saem de casa, apanham ar frio nos jardins e nas pracetas, vão às compras para a família (os filhos, as noras, os netos), passam na farmácia, querem continuar como se não se passasse nada. Eu também gostava de lhes dizer: vão para casa, protejam-se, abriguem-se – e alguém aparece para os ajudar. A ideia de que são uma perda menor e natural , que já li, é de uma crueldade que me deixa desamparado, sobretudo num país onde os partidos votaram criminalizar o abandono de animais mas se recusam a criminalizar o abandono de idosos. Às vezes não somos dignos de morar na cidade dos humanos.

Da coluna diária do CM.

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