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Em comparação com a dos meus pais, a minha geração teve uma vida para lá de confortável. Com a dos meus avós não há sequer comparação possível. A geração seguinte não foi apenas a do conforto, mas também a da abundância – com os respetivos excessos. Hoje, na iminência de o país encerrar para quarentena, devemos perguntar-nos acerca do que vai acontecer em junho ou depois do verão. À “febre do encerramento” e do “teletrabalho” (que apenas é usado por uma pequena percentagem privilegiada, como é o meu caso e o de quem perora nas tvs e nos jornais), segue-se este cenário: abastecimentos mais difíceis, empresas no fio, vidas difíceis, isolamento real, crescimento da pobreza. Sim, o país tem mesmo de encerrar – só que, ao contrário do que se pensa, esse encerramento não é um ‘like’ nas “redes sociais”. O nosso modo de vida vai mudar terrivelmente nestes dois meses que se aproximam; e, quando despertarmos do pesadelo (acelerado pelas tardias decisões dos políticos), iremos mudar ainda mais. Era nisso que já devíamos estar a pensar, mesmo em silêncio, mas com grandeza.
Da coluna diária do CM.
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