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Ultimamente temos lido mais. A culpa também é minha, porque estou a revisitar uma série de textos de Eça, além de me ter imposto a obrigação de ler outros que nunca tinha lido. Há uma grande alegria em ler autores que parecem ter inventado a língua que falamos; é como um prémio suplementar, uma recompensa. Agora, que vários leitores desta coluna estão de quarentena, talvez fosse bom selecionar uma espécie de “biblioteca do isolamento”. Na China, quando a epidemia se transformou numa tragédia, uma universidade de Pequim recomendou aos seus alunos que “lessem e pensassem”, e enviou-lhes listas de livros possíveis para os tempos graves que atravessavam. Durante a minha quarentena, que terminou há quase uma semana, trabalhei quase normalmente, li, arrumei a casa, descobri estes textos de Eça que nunca tinha folheado. Ontem, na sua crónica do CM, Manuel S. Fonseca falava de um vírus que anda a destruir os livros. Talvez estejamos a precisar de algum isolamento, para que se possa recuperar o gosto de ler, de reler e de sermos mais humanos ou, apenas, mais inclinados para o melhor lado da vida.
Da coluna diária do CM.
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