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Tal como as suspeitas sobre o vírus, as que recaem sobre a Justiça apenas aguardavam uma confirmação que chegaria mais dia menos dia. É um vírus letal. Confiamos na Justiça, mas tememos a sua arrogância e que sejam verdade as suspeitas sobre ela ser conspícua e estar contaminada por influências, redes de favor e uma surdez total. Nós, cidadãos, temos uma desconfiança congénita em relação ao seu poder até porque sabemos que existe uma discrepância (muitas vezes inexplicável) entre a lei e a justiça, entre o que a lei permite e o que o bom senso acha abjeto, criminoso e indesculpável. Talvez seja inútil discutir aqui se “ética” e “legalidade” estão condenadas a viver de costas voltadas ou, pelo menos, uma a escapar-se entre as malhas da outra – mas quem fica a perder somos todos nós. Os casos acumulados na banca, no futebol (um mundo de vergonha infindável), no favorecimento de empresas e pessoas e, agora, na própria justiça, faz com que os portugueses desconfiem de quem se mantém em silêncio. Mas que as suspeitas sobre a Justiça se confirmem é a pior notícia de todas.
Da coluna diária do CM.
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