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Em preto, cinza e rosa, a máscara sueca Airinum é usada por “celebridades” e publicitada pela atriz Gwyneth Paltrow, a mesma que lançou (com um perfumista amigo) a vela “Isto cheira como a minha vagina”, que foi um sucesso de vendas (Gwyneth já tinha proposto outra moda recente, a de vaporizar as partes íntimas). Apesar do preço, de 60 a 90 euros, está esgotada nas lojas. Foi com uma ‘Airinum’ preta (fica bem com o seu cabelo loiro) que Gwyneth Paltrow chegou a Paris para a “semana da moda”, na mesma altura em que foi publicada a notícia de que o primeiro infetado com o Covid-19 na Coreia do Norte terá sido abatido a tiro. O exibicionismo diante do horror é um fenómeno cómico e mostra até que ponto o chamado “género humano” pode distrair-se ou revelar-se – ou ambas as coisas, já que uma coisa leva à outra – em condições mais ou menos dramáticas. A verdade é que o espectáculo tem de continuar, sejam quais forem as circunstâncias. Estava a esquecer-me que tanto a Louis Vuitton como a Gucci já produziram artefactos semelhantes para proteger as “celebridades” da ameaça da morte. O horror não cessa.
Da coluna diária do CM.
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