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O efeito do vírus torna-nos mais frágeis, certamente. Revela quem somos; veja-se aquela massa de ucranianos a receber turistas chineses à pedrada. Em Portugal, onde existe um certo racismo anti-chinês, felizmente não tivemos manifestações de tontice, tirando aquela ministra que garantia que o “coronavírus” seria benéfico para Portugal e as suas exportações para a China. Infelizmente, a senhora não sabe o que é um “cisne negro” – um fenómeno imprevisível, fora de contexto e de explicação imediata, e que pode colocar em causa as nossas certezas e formas de ler a realidade – e, portanto, a esta hora já sabe que não tem razões para alegrias. Também lhe podíamos explicar que se uma borboleta bate as asas em Wuhan é provável que uma tempestade se sinta do outro lado do mundo. Neste momento, a Europa é um continente sitiado pelo medo e pela suspeita, incapaz de pensar ou de aprender com as lições da história. Esquece, inclusive, que a Gripe Espanhola matou mais de 100 milhões de pessoas no início do século XX. Os europeus – nós – descobrem, à sua própria custa, que não somos nada.
Da coluna diária do CM.
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