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Giordano Bruno morreu na fogueira da Inquisição há exatos 420 anos, assinalados hoje. Ele acreditava que o mundo era infinito e plural e que os sinais invisíveis da criação não podiam ser explicados com os dogmas da época. Isso foi-lhe fatal. Preso em 1592, só em 1600 o antigo dominicano foi sentenciado e as suas cinzas espalhadas no Campo de’ Fiori, perto do lugar onde hoje está a estátua erguida em sua honra, enfrentando as cúpulas e os muros de Roma, rodeada de multidões de turistas que hoje se passeiam na praça. Nem todas as cinzas dos seus livros se perderam nesses derradeiros oito anos de cativeiro e de tortura. O que sobreviveu é o bastante para o desenhar como um sábio, um heterodoxo e um perguntador que antecipou o seu tempo. Crimes suficientemente graves para a memória da Inquisição – e mesmo para a igreja, que só muito recentemente reconheceu o horror dessa fogueira em que Bruno foi queimado. Em redor da sua estátua, no Campo de’ Fiori, somos estranhamente atraídos para aquela figura soturna que não deixou nunca de ensombrar o processo da sua morte.
Da coluna diária do CM.
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