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O PCP publicou um notável documento dedicado à “provocação da morte antecipada”, vulgo eutanásia. Concordando ou não com os seus termos ou o seu sentido, tem de elogiar-se a frontalidade com que o PCP apresenta uma posição coerente, conservadora e fundamentada. Para as pessoas de gerações mais novas que encaram com leveza a ideia de pôr termo à vida por ser doloroso vivê-la, ou para aquelas que praticam com jovialidade o seu cinismo, o documento comunista – que considera a eutanásia “um retrocesso civilizacional” – é de uma humanidade aterradora e corajosa. A banalização da eutanásia é uma das mais perversas etapas do capitalismo da vida quotidiana; com ela banaliza-se também a morte provocada, aperfeiçoam-se as formas de desistência e de marginalização dos que sofrem, e aceita-se a ideia de que se pode facilitar a morte para que seja mais fácil prescindir da vida – uma coisa para pessoas saudáveis, vencedoras, “eternamente jovens” graças a cuidados de saúde especiais. Não sei como seria o meu voto acerca da eutanásia, mas este documento do PCP merece a minha leitura muito atenta.
Da coluna diária do CM.
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