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É muito curiosa a associação entre “arte contemporânea” e “altíssimos negócios suspeitos” (espero que gostem deste eufemismo). O notabilíssimo Sindika Dokolo, marido congolês de Isabel dos Santos, é “colecionador de arte”. Roman Arkadyevich Abramovich, o dono do Chelsea, não só financiou vários artistas contemporâneos como bateu os recordes das leiloeiras, com os 61 milhões de euros para um quadro de Francis Bacon ou 31 milhões para um de Lucien Freud. Os emires árabes não só levam para os estados do Golfo um Louvre construído à medida como se transformaram em grandes albergues para a “arte contemporânea” de hoje, vizinha das artes decorativas, da arquitetura de interiores e do colecionismo de trivialidades. Por um lado, os bilionários gostam de artistas à sua volta, porque acreditam no seu efeito naftalina; por outro, como a “arte” gosta de os apalhaçar, dão uma imagem de extraordinária tolerância e de certa inteligência, ainda por cima se tiverem a servi-los bons curadores, comissários e tolinhos que fazem pela vida e escrevem coisas que se não entendem de propósito.
Da coluna diária do CM.
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