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João Cabral.

por FJV, em 09.01.20

Calai-vos por um instante. Calemo-nos: “Claramente: o mais prático dos sóis,/ o sol de um comprimido de aspirina:/ de emprego fácil, portátil e barato,/ compacto de sol na lápide sucinta.” João Cabral de Melo Neto, que tomava seis aspirinas por dia, nasceu há cem anos e não exagero se disser que se trata de um dos maiores poetas da língua portuguesa. Pernambucano do Recife (nasceu em 1920), foi diplomata discreto, cônsul do Brasil no Porto na década de 80, Prémio Camões em 1990, poeta de linhas sucintas, diretas, precisas como uma lente debruçada sobre nós todos: “O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.” Contemporâneo de vozes como Manuel Bandeira ou Carlos Drummond de Andrade (o mais brilhante), duas das grandes presenças da literatura no século XX brasileiro, João Cabral foi um poeta dos objetos simples e maravilhosos, quotidianos, amigáveis, sem prestígio mas capazes de despertar o nosso amor. É uma pena ser tão pouco conhecido. Morreu em 1999, no Rio de Janeiro.

Da coluna diária do CM.

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