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Compro muitos livros em segunda mão, em alfarrabistas e apenas lojas e bancas de livros usados. É um prazer enorme regressar às primeiras edições portuguesas de Graham Greene, John Le Carré, John Dos Passos ou Norman Mailer, a versões dos anos 60 de Flaubert ou ainda às primeiras traduções de Moravia, Svevo ou Camus e Chandler – e a romances que há muito não se leem, de Gaspar Simões a Francisco Costa, de Nuno Bragança a Fernanda Botelho. Gosto do cheiro a velho, do aroma de papel baunilhado. Das capas de Câmara Leme, Sebastião Rodrigues, Lima de Freitas ou Cândido Costa Pinto. Mas gosto ainda mais das anotações que alguém, antes de mim, há muitos anos, deixou no livro que compro por um, dois euros: um sublinhado, um comentário, um bilhete de cinema ou de autocarro, uma dedicatória. Um livro é uma despedida e uma lembrança – e gosto de acumulá-los quando os trago da rua ou de um alfarrabista desordenado, de imaginar as voltas que deu, as paixões que suscitou, o sofrimento e o horror que causou, a alegria que transportou. Um livro nunca deixa de viver nas nossas mãos.
Da coluna diária do CM.
A “ideia” do Livre, e creio que do PAN, é devolver aos países africanos parte do património que repousa nos museus portugueses. Responder a isto como o fez André Ventura é imbecil e inapropriado (deixo o seu comentário sobre Joacine para outra ocasião) – o que não impede que a proposta da deputada do Livre seja tola e fora de tempo, ideal para foguetório, embora admissível. Em primeiro lugar, não existe um interesse manifesto ou manifestado por parte dos países africanos em acomodar esse património, sempre bem identificado e respeitado nos museus portugueses de etnologia e arqueologia; enviar para onde e em que condições? Em segundo lugar, porque é folclore, tal como o foi a escolha de Joacine para cabeça de cartaz; o Livre e os seus ativistas conhecem tanto de África como eu de Marte. Em terceiro lugar, porque Portugal nunca se opôs à exposição desse material fora das suas fronteiras e é graças a Portugal que muito património tem vindo a ser classificado e recuperado, muitas vezes (como eu assisti) contra o interesse, a predisposição e a vontade de responsáveis políticos locais.
Da coluna diária do CM.
Há alguns anos, o diário ‘Público’ foi condenado num tribunal português por ter dado uma notícia verdadeira sobre as contas do Sporting. O argumento era o de que a notícia, mesmo sendo verdadeira, lesava a reputação do clube. Mais tarde, um tribunal europeu repôs a justiça, o jornal foi absolvido e o tribunal levou um puxão de orelhas. O caso de Rui Pinto, o ‘hacker’ português, ameaça ir pelo mesmo caminho, mesmo se ponderadas as acusações que pendem sobre ele. Claro que o lado obscuro e sujo do futebol, que é um elemento fundamental no seu caso, contamina tudo, dos adeptos aos tribunais. O extraordinário poder detido pelas organizações ligadas aos negócios do futebol – um mundo de dinheiro, influências perniciosas e ligações fatais ou criminosas – é um ruído que não deixará de influenciar o juízo sobre Rui Pinto e as suas próprias ligações suspeitas. Mas notícia de que o Luanda Leaks se deve a Rui Pinto coloca o sistema judicial português num interessante duelo. E os que abdicam da sua opinião para favorecer clubes de futebol num dilema não menos interessante.
Da coluna diária do CM.
No romance ‘A Peste’ (de 1947), Albert Camus conta, pela voz de um médico, como a cidade de Orão fica isolada durante uma epidemia de peste bubónica – e como a população fica desprotegida e acossada. Na China há várias cidades hoje parecidas com Orão, e o assunto, trágico, não se assemelha a nenhum romance. Imagino, à distância, como será a vida em Pequim, nos bairros onde gosto de passear e me sinto bem – e espero que a epidemia seja debelada rapidamente. Na literatura (e no cinema) há outros exemplos de casos semelhantes e os efeitos são sempre os mesmos: as pessoas e as comunidades voltam-se para dentro, durante e até muito depois da crise. Numa nota de ontem, a Communication University of China, de Pequim, dá várias informações e conselhos práticos aos estudantes, agora em férias de semestre lectivo. E acrescenta a dado passo: “Durante este período, os alunos devem ler mais livros e pensar mais; as faculdades fornecerão leituras selecionadas para todos em tempo útil.” O essencial é sobreviver, mas que a universidade lembre a tarefa de ler e pensar é uma lição a reter.
Da coluna diária do CM.
Que me digam que “o Ano-Novo Chinês começa na noite da lua nova mais próxima do dia em que o sol passa pelo décimo quinto grau de Aquário” é uma informação que dispenso. Mais importante do que isso é saber que há mais de mil milhões de pessoas que assinalam, amanhã, a entrada do Novo Ano (o do Rato, convém acrescentar, um dos doze animais que simbolizam cada signo da astrologia chinesa – os convidados de um jantar do Buda, já agora). As mitologias da criação do mundo e, portanto, do Zodíaco (a relação dos humanos com o Céu e as suas partes), são muito variadas e é importante sabermos que não estamos sós no universo – mas também não estamos sós na Terra. Mesmo não sabendo muito sobre a matéria, acho importante tentar compreender e manter uma certa curiosidade sobre a efeméride. Nascer numa cultura e numa tradição não nos impede de conhecer e de partilhar os acontecimentos das outras – nem nos obriga a esconder a nossa origem, ao contrário do que pensam os proibicionistas do Natal, uma fauna europeia muito em voga. Para os meus amigos chineses, um Bom Ano. Sou Tigre, já agora.
Da coluna diária do CM.
É a frase do dia: “Pois muito me contam.” Não sei se leram a entrevista de Rui Tavares sobre o “desviacionismo” de Joacine Katar Moreira, mas digam-me lá que não lhes apetecia responder: “Ó Rui, muito me contas.” A mesma coisa em relação aos cavalheiros da auditora PriceWaterhouse Coopers, que veio denunciar Isabel dos Santos – “Ai sim? Pois muito me contam.” O banco EuroBic também corta relações com a empresária angolana. “Ai é? Pois muito me contam.” O primeiro-ministro deu, pessoalmente, luz verde à entrada de Isabel dos Santos no capital do BCP? “Pois muito me contam.” O agora presidente da República também “preferia” que o dinheiro de Isabel dos Santos entrasse no capital da Nos, em vez de outros investidores? “Pois muito me contam.” Há um ‘hacker’ português envolvido no vazamento de informações do Luanda Leaks? “Pois muito me contam.” O pai de Isabel dos Santos escreveu um livro intitulado A Luta do Povo pela Unidade e pelo Socialismo? “Pois muito me contam.” O seu nome foi retirado da lista da cimeira de Davos? “Pois muito me contam.” Por essa é que não esperávamos.
Da coluna diária do CM.
É muito curiosa a associação entre “arte contemporânea” e “altíssimos negócios suspeitos” (espero que gostem deste eufemismo). O notabilíssimo Sindika Dokolo, marido congolês de Isabel dos Santos, é “colecionador de arte”. Roman Arkadyevich Abramovich, o dono do Chelsea, não só financiou vários artistas contemporâneos como bateu os recordes das leiloeiras, com os 61 milhões de euros para um quadro de Francis Bacon ou 31 milhões para um de Lucien Freud. Os emires árabes não só levam para os estados do Golfo um Louvre construído à medida como se transformaram em grandes albergues para a “arte contemporânea” de hoje, vizinha das artes decorativas, da arquitetura de interiores e do colecionismo de trivialidades. Por um lado, os bilionários gostam de artistas à sua volta, porque acreditam no seu efeito naftalina; por outro, como a “arte” gosta de os apalhaçar, dão uma imagem de extraordinária tolerância e de certa inteligência, ainda por cima se tiverem a servi-los bons curadores, comissários e tolinhos que fazem pela vida e escrevem coisas que se não entendem de propósito.
Da coluna diária do CM.
Ouvir Bach no CCB, em sala completamente cheia, é raro (quase tão raro como na Antena 2, mas isso é outra conversa), mas o concerto único que ontem, domingo, reuniu quatro pianistas de diferentes gerações como Olga Prats, Jorge Moyano, o inglês Nick van Bloss e Artur Pizarro (além do seu talento, a leveza romântica, a jovialidade e direção musical, que dividiu o pianista inglês), merece destaque por esses dois motivos: Bach e o cruzamento de tradições pianísticas, a que ainda podíamos acrescentar a presença da Sinfónica Portuguesa (Teatro de São Carlos), talvez o elemento mais surpreendente para quem está habituado a ouvir Johann Sebastian Bach (1685-1750) noutras circunstâncias e com o eco de outros cenários, próprios do barroco. A transcrição para piano das obras de cravo supõe que nos desloquemos no tempo e na forma de escutar – mas estão lá o génio barroco de Bach, a sua intensidade, a sua busca de harmonia e de espaço. Bach comove-me sempre, e aquilo em que menos penso é na dimensão virtuosista; este ano, em julho, passam 270 sobre a sua morte. Este concerto pôde lembrá-lo.
Da coluna diária do CM.
Na quarta-feira passada, uma juíza e uma procuradora do Ministério Público foram agredidas num tribunal de Matosinhos; ontem, quando o caso se tornou público, o Ministério da Justiça tornou pública a sua solidariedade. É uma posição justificada e inteiramente diferente da que assumiram os ministérios da Saúde e da Educação depois de se conhecerem casos de agressão a professores, auxiliares educativos, médicos e enfermeiros. Se o caso da Saúde contou com o deplorável momento em que a ministra tentou desvalorizar as agressões por se tratar de enfermeiros e “apenas de violência verbal” (é falso), já o da Educação é uma prática tão recorrente que ameaça ser banal, diante da indiferença pública do ministério respetivo. Os professores são uma classe maltratada e menorizada; submetidos a todo o género de tarefas, exigências e burocracias, os responsáveis ministeriais contam que seja também um grupo profissional mal frequentado e suficientemente desmoralizado e descredibilizado – tanto que não seja necessário vir a público defendê-los quando são agredidos nas escolas ou nos seus portões.
Da coluna diária do CM.
Coisas simples e claras são melhores do que coisas complicadas. Diante do desconchavo em que anda a língua portuguesa e a forma como está a ser maltratada todos os dias, o revisor linguístico Manuel Monteiro escreveu um livro, ‘Por Amor à Língua’, que é um mimo, uma fonte de conforto para todos os que amam o Português. Um burocrata escreveria um artigo sobre a necessidade de “uma política pública da língua”, mas cheio de erros ortográficos. Desta vez, Manuel Monteiro escreve sobre o ‘politicamente correcto’; e revisita os textos da nossa imprensa e da nossa língua para nos mostrar os limites e os absurdos das várias “novilínguas”. Está tudo em ‘Sobre o Politicamente Correcto’ (Objectiva), onde o autor nos leva a passear por uma galeria de combate ideológico e de desgosto linguístico. Ele tem razão: é possível ser tolerante, respeitador, educado, amável, civilizado – sem utilizar a máquina de cacarejar do ‘politicamente correcto’, sem estupidificar o dicionário e sem mudar, digamos assim, a nossa gramática. Este livro é serviço público, mas do sério e útil.
Da coluna diária do CM.
Em Portugal, qualquer um foge da palavra como se fosse o demónio; na tradição continental europeia, a designação “conservador” é – infelizmente – pejorativa. É uma pena, porque isso impediu muita gente de ler a tão importante obra de Roger Scruton, o filósofo conservador inglês que morreu no domingo passado (nasceu em 1949) – autor, entre outros livros, de ‘As Vantagens do Pessimismo’, ‘Como Ser um Conservador’, ‘Tolos, Impostores e Incendiários’ ou ‘Beleza’. Scruton acreditava que havia coisas que devíamos conservar: a ideia de beleza era uma delas, juntamente com as leis que funcionam e que não é necessário alterar, a relação com a natureza (foi um crítico impiedoso da relação entre o capitalismo e a depredação do planeta), um equilíbrio justo entre o indivíduo e a comunidade, tal como o dever de integrar os emigrantes nas sociedades europeias, ou de um sistema de ensino de grande qualidade aberto a todos. Homem amável e tolerante, foi perseguido pelas suas ideias e banido das universidades. A sua obra há de continuar a ser um lugar de inspiração para as pessoas de bem.
Da coluna diária do CM.
Não tinha dado por isso se não fossem alguns pequenos escândalos cómicos. Trata-se dos votos de pesar e de congratulação apresentados na Assembleia da República. Parece que uma parte do importante trabalho parlamentar se passa a votar declarações de congratulação e de pesar, praticamente todas inócuas, ou sobre os elefantes como meio de transporte de turistas no Camboja, ou de preocupação com o estado das coisas na Venezuela (havia um à parte só sobre as crianças daquele país), ou com a vinda de um político estrangeiro, ou de regozijo pelo 1.º de Dezembro de 1640, pelo folar de Valpaços e pelo futebol de praia lusitano, ou de pesar pelos fogos na Austrália e pelo sismo na Albânia (que teve votos contra), ou de solidariedade com o futebolista Bernardo Silva e, provavelmente, de repúdio pelo mal do mundo. Um dia teremos mais um voto de louvor a Cristiano Ronaldo e alguns de crítica aos bolinhos de bacalhau com queijo da Serra, à gripe de inverno ou às alergias ao pólen. É isto importante? Não. Os votos de pesar e de congratulação do Parlamento são tão baratos como a chuva molha-tolos.
Da coluna diária do CM.
Há exatamente cem anos, Karel Čapek vivia em Praga e, fora das suas obrigações como jornalista, estava a escrever uma peça de teatro, ‘R. U. R.’ – título estranho, a sigla de ‘Robôs Universais de Rossum’ –, onde pela primeira vez apareceu essa palavra: robôs. Na visão de Čapek, tratava-se de “pessoas artificiais”, um pouco à imagem do que hoje consideramos “clones”, mas construídos com matéria orgânica sintética produzida em laboratórios. A peça foi estreada no ano seguinte, 1921, e teve grande sucesso – tão grande que Čapek entrou diretamente para o pódio dos grandes autores checos do século XX. Resistiu ao nazismo e, depois, foi pouco mais do que tolerado pelo regime comunista checo, que abominava. Às portas da II Guerra publicou o seu livro mais emblemático, ‘A Guerra das Salamandras’ (em Portugal, publicado agora na Antígona), a história do relacionamento com uma espécie animal destinada a ser escravizada para servir os humanos – um clássico da ficção científica. Karel Čapek nasceu há 130 anos, assinalados hoje, em 1890, no então império austro-húngaro, nas montanhas da Boémia.
Da coluna diária do CM.
Calai-vos por um instante. Calemo-nos: “Claramente: o mais prático dos sóis,/ o sol de um comprimido de aspirina:/ de emprego fácil, portátil e barato,/ compacto de sol na lápide sucinta.” João Cabral de Melo Neto, que tomava seis aspirinas por dia, nasceu há cem anos e não exagero se disser que se trata de um dos maiores poetas da língua portuguesa. Pernambucano do Recife (nasceu em 1920), foi diplomata discreto, cônsul do Brasil no Porto na década de 80, Prémio Camões em 1990, poeta de linhas sucintas, diretas, precisas como uma lente debruçada sobre nós todos: “O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.” Contemporâneo de vozes como Manuel Bandeira ou Carlos Drummond de Andrade (o mais brilhante), duas das grandes presenças da literatura no século XX brasileiro, João Cabral foi um poeta dos objetos simples e maravilhosos, quotidianos, amigáveis, sem prestígio mas capazes de despertar o nosso amor. É uma pena ser tão pouco conhecido. Morreu em 1999, no Rio de Janeiro.
Da coluna diária do CM.
O comediante Ricky Gervais, que apresentou a cerimónia dos Globos de Ouro, foi sempre Ricky Gervais, e foi sempre bom sendo Ricky Gervais – iconoclasta, palhacinho, ríspido, cruel, direto. Eu gosto, mesmo quando me sinto incomodado pelas piadas, pela crueza e pela falta de tato. São piadas; rio-me. Desta vez, Ricky Gervais exortou os vencedores dos prémios a irem receber os galardões e a agradecerem aos deuses da comédia, deixando as opiniões políticas para depois. Disse-o com a habitual graça e a habitual crueldade: deixem-se de merdas, isto são dois dias, os vossos filmes não são lá grande coisa, ó elite de Hollywood. Foi um pequeno escândalo: então um artista vem dizer para os artistas não se meterem em política, para não falarem mal do capitalismo de que são naturalmente representantes e beneficiários? Não sei se repararam nos sorrisos amarelos ou na dispepsia facial de alguns dos atores e realizadores que costumam fazer pregação em série, bem como na indignação, aqui na Lusitânia, de quem viu nisto um acto de censura e não uma piada aos atores. O mundo perdeu o sentido de humor.
Da coluna diária do CM.
A proposta da primeira-ministra finlandesa, Sanna Marin, de redução da semana de trabalho (de 5 dias a 8 horas diárias para 4 dias de 6 horas) deve ser discutida abertamente, tal como a do Rendimento Básico Incondicional (RBI), valor a atribuir a cada cidadão, independentemente da sua situação financeira ou profissional. Não por serem boas propostas – mas porque respondem a mudanças radicais do nosso modo de vida. Enquanto as anteriores revoluções tecnológicas criavam mais produtividade, mais emprego e melhores salários, a atual mudança da economia (digital, ligada à Inteligência Artificial, IA, e à robotização) traz mais produtividade mas menores salários e menos emprego – além de situações de injustiça e desigualdades sociais alarmantes. Calcula-se que o desemprego aumentará 38% dentro de dez anos devido ao impacto da IA e das tecnologias. Se não se inventarem formas de organizar o trabalho e o rendimento, parte da humanidade pode cair na pobreza enquanto as elites tecnológicas vivem num paraíso de filme. A proposta de Sanna Marin faz sentido, mas não pelos motivos que invoca.
Da coluna diária do CM.
Vejamos. Para quem chegue de Marte, as notícias não são encorajadoras – nem as reações a elas. Retenho estes dois casos: o Ministério da Educação desvaloriza violência sobre professores, cometida dentro ou fora das escolas, ao mesmo tempo que o Ministério da Saúde desvaloriza violência física ou verbal sobre médicos e enfermeiros. É muito preocupante quando me dizem que o facto de eu reagir a estas notícias (fi-lo no Twitter) significa que “caí numa armadilha” e que estou a seguir “uma agenda” das organizações profissionais, porque “violência desta sempre houve”, “agora é que saem as notícias, não se sabe bem porquê”. Corei de vergonha por esta gente que faz o servicinho das autoridades: com que então, violência desta sempre houve? E acham bem? E divulgar os casos de violência é estar ao serviço de “forças ocultas”? Não percebo. Os amiguinhos do governo acham que professores e médicos estão lá para apanhar – e que a imprensa não deve noticiar casos de violência nas escolas e hospitais, porque isso é estar “ao serviço” de quem apanha? Isto está a ir por bom caminho, está.
Da coluna diária do CM.
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