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Conheci o vulcanólogo e geólogo Victor Hugo Forjaz em 1988 – uma personagem tão cativante como simpática e esclarecida. Sem pudor, servi-me da sua figura no livro ‘Crime em Ponta Delgada’ como o melancólico vulcanólogo que prevê emergirem uma nova ilha no mar dos Açores em resultado de movimentos tectónicos e vulcânicos no fundo do mar. No romance, trata-se de uma explicação da sociedade açoriana e dos seus códigos secretos mas agora relembro-o em função de episódios reais, ao fim de centenas de “ocorrências sísmicas” registadas desde novembro na zona do Capelo, a oeste do Faial (de onde é natural) e, recentemente, ao largo da ilha das Flores. Coisa real que não devia ser banalizada e ignorada. A cada notícia de mais um abalo, de uma movimentação no fundo do mar, relembro a explicação descontraída de Victor Hugo Forjaz sobre as ilhas como corpos vivos e ativos e algumas – como as formações do banco D. João de Castro (Terceira) – emergem e submergem, aparecem e desaparecem. Não é por acaso que o resultado das últimas erupções vulcânicas no arquipélago se designam de Mistérios.
Da coluna diária do CM.
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