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Para satisfazer a minha curiosidade fui ver o vídeo do grupo Porta dos Fundos no qual Jesus Cristo era retratado como homossexual – a sua exibição não foi censurada mas suscitou a violência de cristãos evangélicos que, além de cancelarem a sua assinatura da Netflix, atacaram, inclusive, a sede da Porta dos Fundos. Vamos por partes. Primeiro, o vídeo não é lá muito brilhante; brincar com o sexo é gargalhada de efeito fácil, mas, mesmo assim, é gargalhada – e eu defendo o direito a fazer humor. Segundo, cancelar a assinatura da Netflix (que emitiu o vídeo) não é um ato de censura: é um direito e uma atitude normal de quem não está contente com o serviço que lhe é oferecido; eu já cancelei a assinatura da SportTV, por exemplo (e depois voltei). Terceiro, atacar com cocktails Molotov a sede da Porta dos Fundos é um crime abjeto que devia ser severamente punido, mas isso é com o Brasil e os brasileiros. Há quem diga que a Porta dos Fundos teve coragem. Nem tanto. Brincar com a figura histórica de Jesus é fácil; corajoso mesmo, era brincar com figuras do Islão. Isso é que era.
Da coluna diária do CM.
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