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Mesmo nas sociedades sem tradição de festejar o Natal, há um rasto de cerimónia e de ritual. O “ocidente europeu e americano”, que já foi cristão sem deixar de ser arrogante, está hoje intolerante em nome da “diversidade cultural”, como se os festejos de Natal ofendessem os que os não cumprem, ou vêm de outras tradições. Assim, deixa de mencionar “Natal” e passa a escrever “as festas”, como se houvesse tradição sem passado e como se uma nome não precise de ter sentido. Em vez de incluir “os outros”, exclui-os. E fica desenraizado, ou seja, sem passado, nem tradição – apenas como medo de ser o que já foi. Seja como for, as pessoas – nós, que festejamos ou não o Natal cristão com os seus mitos já arredondados – continuam a encontrar-se para uma refeição e uma paragem no tempo. Parar no tempo é um dos grandes segredos das civilizações, e não há culturas que a não pratiquem: suspender o dia a dia e encontrar um lugar fora do mundo para que relembremos os rituais, os costumes e até as coisas que sabemos que não existiram, mas que festejamos na mesma, o que nos faz ser mais interessantes.
Da coluna diária do CM.
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