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Recordações de Macau.

por FJV, em 20.12.19

Não é muito correto, politicamente, falar de “império”, ou sequer de “império colonial”. Macau, cuja devolução à China ocorreu há vinte anos, não fazia parte desse mapa: era um território fora do território, encostado ao grande continente e ao Império do Meio, a China – sitiado entre o rio das Pérolas e as Portas do Cerco. Vinte anos depois, para mim, continua a ser o cenário de um filme (não é por acaso que, ao longo dos anos, fascinou tantos cineastas), com a sua neblina, as suas ruelas, segredos, ruínas, casinos, mercados, varandas, becos, a memória da velha Taipa (de que tanto gosto) ou das colinas verdes de Coloane. Ou, para sermos justos, dos que episodicamente conseguiram cruzar as duas culturas dominantes que ali viveram, a portuguesa e a chinesa. É uma mistura improvável, decerto, ainda por cima porque os grandes pontos de contato entre os dois mundos foram, sobretudo, exceções literárias muito localizadas. Como pessoas distraídas que somos, só nos derradeiros anos da nossa presença em Macau nos ocupámos da sua memória – e de deixar alguma da nossa diante da China. 

Da coluna diária do CM.

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