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O dia 11 de dezembro é assinalado, na Argentina, como o Dia do Tango – é o dia dos aniversários de Carlos Gardel e de Julio de Caro, expoentes do tango-canção, contemporâneos (há muitas dúvidas sobre o local de nascimento de Gardel, se no Uruguai, se em França – algures entre 1893 e 1897, mas De Caro é absolutamente de Buenos Aires, porteño de 1899), os dois com infâncias pobres e adolescência em bairros populares. A voz e a figura de Gardel (que morreu num acidente aéreo, em 1935) emprestaram ao tango um sentimentalismo melodioso e refinado, de salão, da mesma forma que De Caro lhe trouxe a dimensão orquestral, de boa sociedade. No entanto, o tango, que hoje se celebra em Buenos Aires, nasceu entre faquistas e marinheiros, noctívagos, desesperados, mulheres perigosas e homens sem redenção. Jorge Luis Borges escreveu um livro sobre o género – ele gostava desse tom sombrio do tango, tocado e cantado nos bairros fora da lei, celebrando o amor e a morte. Seja como for, eu comovo-me ao ouvir Mi Buenos Aires querido e El día que me quieras. E hoje é, portanto, o Dia do Tango.
Da coluna diária do CM.
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