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Franz Snyders (1579-1657) nasceu e morreu em Antuérpia; pelo meio, pintou como ninguém, sobretudo as chamadas “naturezas mortas” – estendais de mercados, de frutas, legumes, caça, peixes, mesas opulentas e animais reproduzidos com realismo e cores intensas. Um dos seus quadros, O Mercado das Aves, acaba de ser retirado da parede de um dos refeitórios da universidade de Cambridge porque os vegans e vegetarianos o consideram agressivo e ofensivo ao expor animais mortos, no que foram secundados por responsáveis do museu proprietário da obra, que se mostraram compreensivos para com os que se tornaram vegetarianos por opção política ou alimentar. Não tenho nada contra; quem quer ver a obra de Snyders pode agora ir ao Hermitage, em São Petersburgo. Há anos, estudantes americanos mandaram retirar uma estátua de Henry Moore da sua universidade porque se sentiam ofendidos com as formas do nu. O que levanta um problema: se uma obra de arte nos incomoda, manda-se retirar ou usar o martelo. Antigamente, os bispos e os comissários do partido exerciam a censura – agora, estão por toda a parte.
Da coluna diária do CM.
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