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Antigamente, quando queríamos um conselho ou uma ajuda – pedíamos. Fosse qual fosse o assunto delicado ou a natureza prática, pedíamos. Agora, tudo mudou: há uma multidão estrepitosa de gente que tem como ocupação principal das suas vidas dar conselhos, opiniões, advertências, preceitos, provas de sabedoria, ajuda, indicações rigorosas – mesmo que nenhuma dessas coisas lhe seja pedida. Uma pessoa está sentada, tranquila, a comer, e alguém lhe lembra, com ar amigável e sedicioso, que o glúten é tramado; na internet, há uns seres pífios e enfadonhos chamados influencers que tratam de aconselhar-nos sobre seja o que for, desde a necessidade de bronzear as virilhas e os órgãos genitais (por causa da vitamina D, que se absorve mais facilmente nas partes) até à exigência de quinoa amarela ou de determinada marca de roupa. Não há o mínimo de paciência. Um dia destes será impossível sairmos de casa ou consultar o email sem que apareça uma dessas pessoas tolas, excêntricas e lunáticas a mostrar-nos como podermos salvar o mundo, emagrecer, demolhar o feijão ou lavar a roupa interior. Metam-se na sua vida.
Da coluna diária do CM.
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