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José Cid recebeu o Grammy de Excelência Musical, um prémio que só o honra e nos deixa contentes. Porém, na hora de agradecer o prémio, além de prometer cantar as suas canções de amor, acrescentou que iria continuar “a cantar contra a segregação racial, contra o racismo, contra a energia nuclear e contra a poluição, a favor das pessoas que mais necessitam, a favor deste planeta”. Pensei de repente que havia dois Josés Cids e que este último me tinha escapado. Mas não. O que acontece é que se tornou uma obrigação comercial, e de marketing, que todos os cantores, escritores, misses, ‘influencers’ e demais figuras públicas, tenham de fazer uma declaração sobre o apocalipse e a maneira de nos salvarmos todos e sermos boas pessoas. Daqui a um ano não há cantor, atriz, ou parvinho, que não seja vegetariano, devoto de Santa Greta, apaixonado pela “sustentabilidade”, a favor da mudança de género, especialista em ozono, devorador de tofu, praticante de biodança e amigo das iguanas. A banalização do mal é um dos horrores da nossa história – mas a “banalização do bem” desvaloriza-nos a todos.
Da coluna diária do CM.
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