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É muito fácil desmoralizar e desacreditar um adversário durante uma troca de ideias: acusa-se de fascismo, racismo, xenofobia, machismo, transfobia, homofobia, islamofobia, seja o que for. Não interessa propriamente o que “o outro” defende, escreve, diz ou propõe – é a nova modalidade de caça aberta na internet e nas redes sociais: a caça ao pecado político e aos deslizes de linguagem. Quem decide arriscar e defender ideias impopulares é sacrificado no altar da nova linguagem, aquela que qualquer analfabeto ou sevandija de meia tigela pode usar num despacho governamental, num documento “de reflexão” ou num artigo de “denúncia”. O fundamental é higienizar o pensamento, sobretudo se lhe vierem associadas as novas tendências do “digital”, da “identidade de género”, do ambiente e da “emergência climática”. Tudo, no futuro, será um clima de “lifestyle”, de paz dos cemitérios da linguagem, de pessoas maravilhosas e generosas – o próprio capitalismo e o seu marketing defendem a ideologia da “sustentabilidade”, da correção política e do não afrontamento. Seremos todos patetas ou pecadores.
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