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Na história do cinema tendemos a valorizar os heróis, que querem “um mundo mais justo” e abominam a violência, a corrupção ou os “maus comportamentos”. De fora, ficam muitos vilões a que achamos graça – porque também gostamos de vilões, de malandros ou que emergem como vingadores; ou, apenas, porque são maus de qualidade. O Joker, da série Batman, é isto: o mau, perverso, cheio de humor, apalhaçado, diante de um bonzinho chato e de uma Gotham City perversa. Por isso, a figura de Joaquin Phoenix, no novo filme, está hoje a ser usada em confrontos violentos e de protesto por todo o mundo. Na televisão, uma manifestante dizia qualquer coisa como “o Joker é uma personagem incompreendida, vulnerável e abandonada”, enquanto festejava a desordem em Santiago do Chile. O mesmo acontece em Hong Kong e outros cenários. A ideia tem pernas para andar. Mas é fácil e perigosa, como se uma infância terrível, o sofrimento ou ter sido vítima de injustiça, justifiquem a violência e o distúrbio. O filme é bem feito, mas a ‘lição moral’ é pateta. É uma fábrica de coitadinhos a quem tudo se autoriza.
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