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Hoje é, na tradição católica, Dia de Todos os Santos; amanhã, Dia de Finados. Noutras religiões ou cosmogonias e tradições, o dia 1 de Novembro está ligado ao fim, ao começo (do ciclo do inverno) ou à recordação dos mortos. É importante que exista pelo menos um dia para que os que partiram antes de nós sejam recordados. Só assim se prolonga o sentido das coisas e o ciclo interminável da memória dos nossos ancestrais, dos que amámos ou foram nossa companhia. Dizer isto todos os anos não basta – é necessário viver essa experiência de recordação ritual. Na minha aldeia, nas dos meus pais, e nas dos leitores, visitam-se os cemitérios não apenas para relembrar o sofrimento da ausência, mas para assinalar o respeito pelo tempo que passou; quem não pode fazê-lo, há de ter um momento para que os antigos sejam lembrados, para termos uma história humana que preenche os vazios e as partidas. Neste dia especialmente, recordo os meus avós, os meus tios que partiram, os amigos que não regressam das sombras, e basta um minuto para isso: voltamos a ser um mundo perfeito. Incompleto, mas perfeito.
Da coluna diária do CM.
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