Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Há mais de um ano que não comia a tradicional feijoada das quintas-feiras. Comi ontem, com amigos perfeitos – foi o meu almoço e rejubilei, cheio de gratidão. Aquela conjugação confortável de alimentos reunidos no prato, ao lado de “uma forminha de arroz” (sou do Norte, não dispenso), acompanhou-me durante o resto do dia como uma recordação de um certo tipo de felicidade: a da comida e da reunião de gargalhadas. Também o fiz por alguma embirração com o Instagram, que – soube pelo CM – censurou as imagens de um cozido galego com grão por “violar as normas” daquela “rede social”, associando-as à “violência gráfica” e retirando-as da net, como faria com pornografia, violência sexual ou “incitamento ao ódio”. Acontece que o caso não me surpreende – é o resultado do puritanismo totalitário em que vivemos, onde os tontos parecem inteligentes e a gente de bem é tratada como suspeita. Esse policiamento feroz persegue hoje o cozido à galega ou a feijoada que comi ontem; amanhã denunciará o hábito de respirar ou o uso de vida inteligente que não repita as suas ladainhas. Estamos servidos.
Da coluna diária do CM.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.