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As elites.

por FJV, em 24.10.19

Duas ou três coisas sobre o que disse Durão Barroso ontem no congresso da CIP. Uma: tem razão ao referir-se ao confronto entre os EUA e a China na arena das economias globais. São as duas grandes “economias produtivas” e cada uma delas parece devidamente apetrechada. Pelo meio, duas zonas ténues: a Rússia (combativa mas sem criatividade) e a Europa, cada vez menos influente – e incapaz de fazer escolhas. O problema é de perspetiva, e estão a faltar-nos distância, conhecimento e memória para compreender o “caso chinês”, que não é apenas económico nem geo-político – é um compromisso difícil de compreender aos olhos ocidentais. Duas: diz Durão Barroso que “as elites não têm estado à altura” mas que o povo tem demonstrado uma “resiliência” notável; é verdadeiro e falso: as elites, às quais o próprio pertence Durão Barroso, têm tratado da vidinha e estabelecido os pilares de um regime de não serão expulsas. Três: a resistência dos portugueses não é invulgar; é a mesma desde o século XVI; tratam da vidinha porque sabem que as elites não os salvam em caso de aperto. Só isto é um programa.

Da coluna diária do CM.

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