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O Nobel, enfim, quase nada.

por FJV, em 11.10.19

Olga Tokarczuk e Peter Handke foram os escolhidos para os Nobel de 2018 e 2019, respetivamente. Depois de muitos anúncios sobre o fim da era “eurocêntrica” na escolha dos Nobel, aí estão uma polaca e um austríaco – nada mais eurocêntrico; aliás, totalmente Europa central. Disto não vem grande mal, sobretudo no caso de Olga Tokarczuk, cujo romance Viagens (Cavalo de Ferro) é uma pérola, um grande livro em qualquer parte do mundo, em qualquer hemisfério. Trata-se de uma história que convoca personagens muito díspares, todos eles com biografias, passados e sofrimentos ligadas à deslocação, à travessia do tempo e à viagem. A escrita de Tokarczuk tem quase sempre uma marca poética muito original, de uma grande beleza – e que não tem a ver com o universo da atual ficção em língua inglesa, a dominante. A questão está, nestes casos, na “justiça” do atribuição do prémio e da “densidade” do autor. Esse conceito é sempre duvidoso – até porque a academia sueca, mesmo mudando de regras, não lê chinês, vietnamita, espanhol, português ou persa, e nunca se sabe o que está a perder. 

Da coluna diária do CM.

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