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Sobre Tancos escrevi aqui na altura (e um ano depois, para comemorar): é uma história que vai da tragédia à comédia e depois à ópera bufa. Mas, ao contrário do que disse o presidente da AR, segunda figura do Estado, não se revestiu de “momentos altamente cómicos”, mesmo tendo como intérprete um ministro da Defesa que tanto nos queria tranquilizar informando-nos de que “não foi o maior roubo do século”, como nos alarmava sugerindo que “no limite, pode não ter havido furto nenhum”. Qualquer uma das frases merece entrar numa antologia. Esses são os únicos momentos cómicos. O que é estranho é ver que alguns jornalistas defendem que não se deve falar do assunto “por estarmos em campanha”. Que os políticos se refugiem nesse argumento, vá lá – mas por que não pode a imprensa referir-se a um acontecimento vergonhoso que desonra não só “as instituições militares”, tão “promovidas” ultimamente, (teríamos muito a falar sobre isso) como os corredores e subterrâneos do poder? O episódio pode envergonhar-nos e talvez queiramos esquecê-lo. Mas ele continua a falar bem alto. E a rir.
Da coluna diária do CM.
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