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Nos anos quentes da revolução, final de 1976, a editora Afrontamento, do Porto, publicou uma coleção intitulada Viver É Preciso (Cadernos de Ecologia e Sociedade), dirigida por J. Carlos Marques. Foram pioneiros entre nós. E relembro a paixão com que o jornalista Afonso Cautela (1933-2008) promovia os debates sobre ambiente. O discurso dos ecologistas da época, no entanto, era bem diferente do de hoje – as circunstâncias eram diferentes e em 40 anos a vida do planeta tornou-se mais trágica, como todos sabemos. Mesmo assim, na época acreditava-se no “renascimento rural”, ser ecologista não significava ser vegan nem participar em caçadas (salvo seja!) morais aos prevaricadores, e escutávamos as palavras sábias de pessoas como Gonçalo Ribeiro Telles, patriarca do ruralismo e da ecologia entre nós. Coisa bem diferente dos hipsters urbanos que não sabem distinguir uma alface de um eucalipto, nem conhecem a diferença entre semear e plantar, mas se contentam com o seu radicalismo evangélico e o animalismo filosófico, anti-humanista, cheio de desprezo pelos seus semelhantes.
Da coluna diária do CM.
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