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Ouvidas pelo jornal Público, várias responsáveis de movimentos feministas manifestaram repúdio pelo assassinato da freira Antónia Pinho – violada e morta em S. João da Madeira. Isso acontece uma semana depois de o bispo do Porto ter acusado os movimentos de direitos humanos, feministas e organismos públicos de ignorarem o crime. O bispo tem razão no geral. O assassinato de Antónia Pinho não mereceu a comoção de nenhum grupo ou autoridade habitualmente atentos a crimes ou atos de violência sexual. Porquê? Porque era freira, católica e mulher. Um desses movimentos diz, justificando-se (além de invocar questões de género para criar um campo ideológico), que a notícia “não entrou nas redes”. É falso: foi capa do CM e esteve em destaque no JN. Acontece que “as redes” têm os seus (naturais) preconceitos e “a igreja” só tardiamente reagiu à tragédia da violência sobre as mulheres. Quanto ao Estado, tenho as minhas apreensões: ou segue os preconceitos “das redes” ou não consegue garantir a segurança das pessoas, deixando-as à mercê de criminosos de risco que multiplicam as vítimas.
Da coluna diária do CM.
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