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Por lapso meu não prestei atenção ao último dia dos trabalhos na Assembleia da República. No entanto, parece que nesse interessante dia o parlamento condenou “a criação de um museu dedicado a Salazar”, instituição que tem como principal característica o facto de ainda não existir. Metade do parlamento, no entanto, pôs-se de pé, cheio de indignação, diante da hipótese de passar a existir um Centro Interpretativo do Estado Novo na localidade onde o ditador nasceu, Vimieiro, Santa Comba Dão. A ideia deste voto de protesto é a de que a sua existência é uma afronta às numerosas vítimas do regime salazarista; fui ver o projeto; nada o indica – pelo contrário, parece-me que a intenção é a de disponibilizar material museográfico, iconográfico, sobre o regime e o seu intérprete mítico, e não o de fazer o elogio do personagem. Não há paciência nenhuma para que estalinistas e seus novos mimosos acompanhantes venham dar lições sobre o culto da personalidade a ditadores. Não admira: habituados que estão a falsificar a história e a apagar fotografias, custa-lhes vê-las sem o seu filtro.
Da coluna diária do CM.
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