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O discurso sobre não comer carne ou peixe porque isso esgota os recursos do planeta já ultrapassou a imbecilidade – é pura ignorância e demência. Há 50 anos, antes da massificação alimentar e do desperdício dos programas do Masterchef (onde destroem um peixe inteiro para lhe retirar um filete lindinho), comíamos com moderação e penúria. Comer carne não era comer bife e comer peixe não era comer lombo de garoupa ou salmão. Aliás, depois do prato de carne, havia massa tenra, rissóis, tortas, empadão e o que fosse. O pudim, os rissóis e os pastéis de peixe reaproveitavam tudo. E não havia prato que não tivesse vegetais. As “novas gerações” habituaram-se à abundância e desdenham desses hábitos que tanto eram de economia doméstica como de ecologia prática – e daqui a umas décadas estarão de novo a “esgotar os recursos do planeta” depois de se fartarem de beringelas, seitan, abacate e quinoa. Era bom que nós, portugueses, pudéssemos explicar à ONU que a nossa culinária já era “sustentável” antes desta palermice. Mas, infelizmente, os palermas locais já tomaram conta da ocorrência.
Da coluna diária do CM.
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