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Foi uma das pessoas mais generosas e cordiais que me acolheu “no mundo da literatura” – livros como A Noite Roxa, Despedidas de Verão, Imitação da Felicidade ou As Aves da Madrugada foram leitura de adolescência, onde surpreendi uma tentativa de equilíbrio (que foi sempre difícil) entre a busca da felicidade individual, um certo hedonismo, e os compromissos políticos que assumiu ao longo da vida (foi militante comunista); daí resultava uma tolerância amável e a disponibilidade para ouvir os outros, de onde nasceram também livros como Deriva e A Vaga de Calor, por exemplo, já nos anos 80 e 90. Urbano Tavares Rodrigues (1923-2013) era um excelente ensaísta, um magnífico leitor; recordo uma viagem comum a Paris, onde esteve exilado, e a evocação de Albert Camus, que me surpreendeu, bem como os seus livros sobre Teixeira Gomes, o neo-realismo, o existencialismo e as lições de literatura francesa. Passam hoje seis anos sobre a sua morte e recordo-o com a mesma amabilidade que teve sempre em vida. Urbano era um cavalheiro raro nestes tempos e eu devo-lhe muito. Aliás, devemos.
Da coluna diária do CM.
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