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Como ontem lembrava Fernanda Cachão aqui no CM, o uso de armas é um direito histórico e constitucional nos EUA. Mas todos os “direitos históricos” têm uma história e um termo. Precisamente porque há História. Ora, a história da violência nos EUA está diretamente ligada ao uso e abuso de armas de fogo e à ilusão de que o país é mandatado por Deus para ser o paraíso democrático na terra (Tocqueville já o temia em 1835), ideia que tem proporcionado todo o género de messianismos palermas, perseguições religiosas e políticas, picos de ódio racial, variações do politicamente correto, lei seca, policiamento da linguagem, entre outros fundamentalismos – o que faz do país uma explosão de contradições em que a liberdade e o direito têm prevalecido, apesar de tudo. Não é um lugar onde me apeteça viver. Não apenas pelos 30 mortos no fim de semana passado ou pela forma como a indústria das armas depõe ou elege presidentes em nome da lei e dos “direitos históricos”. Mas pela forma como tem transformado os seus grandes sonhos americanos em barreiras de desumanidade, lugares-comuns e intolerância.
Da coluna diária do CM.
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