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Primo Levi.

por FJV, em 31.07.19

Já tinham secado as lágrimas da primeira adolescência, com o Diário de Anne Frank, quando li Se Isto É um Homem, de Primo Levi. O choque não podia ter sido mais forte. Levi, por quem tive uma admiração fortíssima ao ler O Sistema Periódico (de 1975, que só li em 1999), mostrava o horror na primeira pessoa: judeu italiano, sofreu na pele a segregação do fascismo italiano que, em 1938, proibiu judeus de estudar em instituições públicas (frequentava química) – e foi, depois da dolorosa caravana da morte nazi, parar a Auschwitz em 1944, num grupo de 1000 prisioneiros de que apenas 20 sobreviveram. Quando Levi morreu, em 1987, Elie Wiesel disse o essencial: que o autor de Se Isto É um Homem já tinha morrido no campo de concentração nazi há quarenta anos – e, depois, quando publicou o seu tremendo livro, onde mostra como se destrói a dignidade humana. Com Se Não Agora, Quando?, cujo título invoca uma frase do rabino Hillel (séc. I aC), é um dos livros mais dolorosos sobre a “memória da morte”. Passam hoje 100 anos sobre o seu nascimento – é um nome incandescente.

Da coluna diária do CM.

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