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Pergunta inútil: se há racismo em Portugal. Claro que há. É como perguntar se há maçãs podres num pomar. Nada na nossa Constituição ou nas nossas leis, ou nas instituições, ou até no costume, nos permite falar de racismo, ou de discriminação por sexo. O racismo – como outras formas de discriminação, se bem que o racismo seja ainda mais abjeto, porque tem uma base biológica – existe como um vírus: nas relações entre colegas, nos grupos de trabalhadores que de madrugada vão para as obras, no atendimento aos balcões de bancos ou de lojas, às portas dos bares, nas cozinhas dos restaurantes, nos quadros de uma empresa. Estamos a meio de um longo processo de redenção de uma sociedade que já descobriu existir esse vírus e se liberta dele. Não pode é mencionar-se a raça como marca de identidade política. É como dizer que Hélder Amaral, deputado do CDS, é um polaco loiro disfarçado de africano só porque não comunga da mesma tralha ideológica e do mesmo desejo de ressentimento que os meninos da academia regurgitam como maus alunos de História e revolucionários de anedota.
Da coluna diária do CM.
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